18 de agosto de 2015

Menina

Dava tudo o que tenho e o que não tenho para o tempo voltar atrás...
Nos tempos de escola em que eu era a bebe da casa, mimada por todos.
Quando não sabia o que era a vida, ai como eu era feliz!
Era feliz e não sabia, vivia no dito conto de fadas, não haviam responsabilidades, não haviam promessas e os únicos deveres que tinham eram os da escola.
O meu pai tinha sempre tempo para me ouvir, fosse o que fosse, como era bom chegar a casa e contar o que tinha feito hoje, e ele ouvia me atentamente com os olhos cheios de orgulho da sua menina.
Fosse a que horas fosse sempre tive os abraços deles para me aconchegar, as palavras de carinho, as festinhas no cabelo e nos ombros.
Parece que se passaram anos, que tudo isso foi um sonho e que tudo acabou...
A minha vida deu uma volta enorme, está tudo de pernas para o ar...
Não vou puder dizer mais "Pai ajuda-me!", "Pai ouve o que aprendi hoje.." ou simplesmente "Pai, a mãe?" Parece que não mas isso custa... Morro por dentro quando sei que não vou mais ouvir a voz dele, vai me fazer falta até para brigar...
A menina pequenina mimada foi obrigada a crescer, em poucos meses tive que suportar o que nem adultos suportariam, tive que lidar com várias fases da doença, tive que aprender a ser forte e a chorar sozinha, a sofrer sozinha... Agora fiquei com a responsabilidade de tomar conta de mim e da minha mãe. Ouvir o que não se diz a um cão e aguentar. É complicado, e parece que ninguém percebe isso. Uma vez disseram que era mais fácil desabafar com estranhos, nunca acreditei mas começo a perceber o porquê, as pessoas vêem te e pensam que exagerada, está tão bem a sorrir... Mas não sabem como as noites são difíceis, são raras as noites em que não chore. Por muito que tentem não há ninguém que perceba, só dizem que vai ficar tudo bem, mas nem tentam procurar a solução. Ás vezes as palavras certas ajudariam. Ou talvez não. Não sei, só gostava de voltar atrás.

29 de julho de 2015

Maturidade

Fui obrigada a crescer.
Sempre fui a menina da mamã, que não fazia nada e estava sempre debaixo das saias da mãe... 
As circunstâncias da vida obrigaram me a deixar de ser a MENINA da mamã, diariamente tive que lutar, dar forças aos meus pais, mimá-los, tratar das coisas da casa, da comida, dos comprimidos... Eu própria encarreguei me destas responsabilidades, não iria deixar que a minha mãe carregasse mais esse fardo sozinha, ninguém merece.  Diariamente, íamos fazendo turnos de modo a facilitar um pouco as coisas. Tenho a minha consciência limpa que fiz tudo o que podia.
Fui obrigada a amadurecer um pouco todos os dias, e quando chegava à noite dava-lhes um beijinho de boa noite e ia para o meu quarto pensar como era difícil ter essas responsabilidades todos os dias. E chorava, choro imenso todas as noites.  Mas durante o dia não posso nem tenho tempo, tenho que estar lá a 100% como mulher que sou para cuidar dos meus pais, o apoio não cura mas com muito amor ajuda. Nunca me vou arrepender por nada.
Todos passamos por aquela fase de não querer saber dos pais, infelizmente...  Depois atreprndemo nos muito.

24 de junho de 2015

Desabafo

Já há muito tempo que não sentia a necessidade de pedir para sair de casa...  Hoje senti esta obrigação, como se fosse uma criança que os pais não deixassem sair.  Agora sou eu a não querer sair de casa.. A não querer deixar os meus pais sozinhos.. Já não são eles que tem um medo terrível de que alguma coisa me aconteça, sou eu que fico apavorada por causa de um estúpido cancro.
É tão complicado ver o meu pai morrer, um pouco todos os dias e sentir me impotente..
E ainda dizem para acreditar que tudo vai passar e para ter fé, agora pergunto como é possível ter fé? Como? Se vejo um homem de 55 anos a lutar pela vida e a perder se aos poucos..
Já não existe aquele homem alegre, forte, musculado e muito corajoso que eu sempre conheci, o cancro comeu o, agora só existe um homem magro, envelhecido, triste e com muito medo de morrer..
Que vê a sua mulher e a sua única filha a sofrerem todos os dias por não querer perdê lo, que não quer morrer porque gostava de ver a SUA filha casar e ter filhos, como devia ser...
E nós como ficamos? Nós (eu e a minha mãe). Alguém pensa em nós? 

23 de maio de 2015

"Melhor Amiga"

Quem tem uma melhor amiga? Eu tenho!
É a  ela a quem ligo a meio da noite quando tenho um problema que não me deixa dormir e preciso de falar, partilhar a dor, chorar, confessar o que nunca contei a ninguém.
É a ela a quem digo que tenho medos, receio de falhar. 
É a ela que procuro quando realmente falho e não consigo contar a mais ninguém.
É ela que me adora incondicionalmente e que me defende dos outros (mesmo que depois me puxe para um canto e me diga o que preciso de ouvir).
É com ela com quem tenho incontroláveis ataques de riso, muitos deles pelas coisas mais estúpidas do mundo: rir até chorar, com outras pessoas a olhar  e a pensar onde está a graça (não vale a pena explicar). Para nós tem imensa!
É  ela que quando tem uma angústia ou uma dor, sem querer, pára o teu mundo como uma irmã, a tua felicidade bate com o coração dela, ao mesmo ritmo . É  insuportável o seu sofrimento.
É a ela com quem quero partilhar primeiro cada vitória, cada felicidade .
É a ela que admiro profundamente,  que me faz crescer e ser uma pessoa realmente melhor.
É a ela que tanto as fragilidades como os defeitos conheço de cor e por isso gosto dela  ainda mais.
É a ela que fotografo mentalmente e sozinha recordo e riu-me da forma como fala com as mãos quando se entusiasma, que penteia as sobrancelhas quando está distraída, que mexe com as sobrancelhas quando a conversa lhe cheira a esturro, que tem que olhar para mim para me ouvir com atenção e que até mexe no nariz para espirrar.
Lê com tanta atenção, a minha melhor amiga, é maluca, é tarada e ruim mas é ela, a melhor, a única .
É tão precioso, isso.
Rafaela Tomaz ♥

25 de janeiro de 2015

"Colo de uma amiga"


“Aqueles dias em que só ela resolve. Há dias em que acordamos e não queremos a mãe, nem o namorado, nem um sapato novo, nem mesmo o Adam Levine. Há dias em que a única solução é uma delas por perto. Tu e elas.
Elas. Que colocam o dedo na ferida da alma e de imediato fazem o curativo. Que te julgam mas nunca te condenam. Que te apontam todos os teus erros mas logo de seguida desenham o mapa do caminho mais seguro. Que dizem que te vão matar se tu fizeres isso de novo mas tu fazes de novo e elas não te matam. Elas resgatam-te.
Elas, que são a nossa terapia sem precisar sequer de dizer alguma coisa, pelo simples facto de estarem lá, a partilhar as calorias, as frases decoradas dos filmes, as angústias secretas do nosso peito.
Elas. Que são omnipresentes, que mesmo não estando, estão. Que mesmo quando nós não podemos atirar-nos nos seus braços, elas amparam-nos. E que mesmo quando nós não conseguimos nem sequer falar, contar, lamentar, mesmo que elas não saibam de nada, o simples facto de pensar nelas já acalma.
Há dias em que o mundo parece injusto, que os dias parecem vazios, que as tecnologias parecem inúteis. Dias em que nós queremos que elas peguem no nosso cabelo, que digam que ele precisa de cortar. Dias em que nós queremos segurar naquela mão tão conhecida, com verniz a lascar na ponta. Dias em que nós queremos o colo seguro de uma amiga.
FONTE: http://www.mal-me-quer.com

12 de julho de 2013

"Fisioterapia"

E finalmente a última etapa acabou.
Após 10 meses de recuperação com 5 de fisioterapia consegui melhorar bastante e estou muito contente, já estava esgotada desta rotina de vida sempre com dores e fisioterapia e a fase do "não-conseguir-fazer-nada" deixou me muito em baixo.
Foi muito importante para mim conseguir ultrapassar isso tendo o apoio das pessoas mais próximas de mim.

1 de dezembro de 2012

"O nosso amor."

Dou por mim a pensar no que era de mim sem ti. 
Sem o teu amor. 
Sem o meu amor por ti. 
Sem  
Acho que é a primeira vez que sou tão feliz por estar com alguém, gostar de alguém, partilhar a minha vida e a minha alma com alguém. 
nos meus momentos menos bons - que tu sabes que são alguns - tu estás lá. E eu gosto de ser abraçada, e gosto de saber que tenho alguém. 
Como nunca gostei antes. 
Não sei, só podes ser tu. 
Só nunca te esqueças que eu lutei mesmo sem forças, que eu sorri mesmo sem motivos e que eu amei-te em cada um desses segundos.

30 de novembro de 2012

"A minha mãe e os meus amigos."

A minha mãe sempre me disse que a vida mudava sem nos apercebermos, nunca lhe dei razão. Sempre pensei que fosse mais um dos seus exageros, nunca acreditei quando ela me dizia que não tinha amigos, tinha apenas colegas, até cheguei a ficar cansada confesso.
Hoje arrependo-me de nunca lhe ter dado ouvidos, se calhar neste momento não fosse tão apanhada de surpresa...
Sempre tive muitos amigos, aliás desde a primária que ela se gabava que eu fazia amigos muito depressa. Tinha vários grupos de amigos desde o grupo dos malucos ao dos meninos grandes e ajuizados: o grupo das noitadas, o grupo da catequese que éramos amigos desde que nos lembramos, os amigos das turmas que já tinha passado, os amigos que moram/ moravam ao pé de mim, os amigos da turma actual... Eram tantos, era bom, lembro-me de não saber para qual deles  ir, e mesmo de juntar certos amigos e ser muito bom.
Era muito bom não só o facto de puder contar com todos esses amigos mas também saber que sempre que eles precisassem eu nunca os ia deixar, pois sempre fui assim de me preocupar mais com os outros do que comigo.
Era bom nunca estar sozinha, coisa que nunca suportei. Adorava saber que aquelas tais pessoas iam estar lá,   que quando saíssemos da aula íamos estar juntas, dar voltas ao campo ou sentar cá em cima na praça, fosse o que fosse satisfazia-me.
Eu era feliz assim!
Hoje olho à minha volta e esses grupos e esses amigos já cá não estão. Mas porquê? Porque é que as pessoas se afastam sem motivos? Como é que conseguem passar frente a frente e fingir que nunca se conheceram? Eu não sei, o que é certo é que isso é triste! Um dia qualquer quando acordamos decidimos a partir de hoje não vou falar mais com Fulano ou Sicrano, tem lógica?
Oh mãe mas porque é que as pessoas se afastam sem motivos e principalmente quando precisamos delas??
Nunca pensei aguentar tanta coisa sozinha, sempre pensei que quando precisasse até poderia escolher com quem falar, mas não é bem assim. Nem isso...
Tenho pena de ter chamado amigos a muitos deles, e isto tornou-me anti social! Já não vou contente ter com nenhum amigo, já não mudo de passeio para falar com nenhum amigo, já não há ninguém que esteja sempre comigo, já não desabafo com ninguém, já não me considero uma rapariga cheia de amigos...
O pior é que não se consegue viver sem amigos, eu pelo menos não consigo, mas que remédio, vai se vivendo um dia de cada vez, sem planos, sem pensar nos amigos que se foram, à espera dos que virão pois serão bem vindos.

9 de outubro de 2012

"Seismesesdenamoro."

Tenho o coração aquecido pelo teu amor. 
Nunca me faltou nada vindo de ti e sei que não faltará no resto dos dias que passaremos juntos. 
Não sei se será para sempre.
E também não sei se será sempre. 
Mas espero ter-te do meu lado em dias de chuva ou em dias de sol. 
Bem sabes que tornas os dias de chuva em dias bonitos. 
E o meu mundo fica sempre melhor quando te vê.

9 de junho de 2012

"É tão bom(...)"

É tão bom ter-te ao meu lado. 
É tão bom saber que tu és meu, e tu me provares isso todos os dias. 
É tão bom ter alguém que eu possa confiar.
É tão bom quando falas essas coisas, coisas simples, mas que me fazem ser feliz dia após dia. É tão bom quando chamas-me nomes fofinhos. 
É tão bom ouvir-te dizer que sentes a minha falta. 
É tão bom o teu abraço, que eu desejo outra vez mais do que tudo. 
É tão bom o teu beijo, que me faz esquecer o que há para além de nós. Tudo em ti é tão bom, tudo em ti faz-me bem, faz com que te queira sempre mais. Eu amo-te demais. Eu amo quando me contas os teus planos, e dizes o nome dos nossos filhos, o sítio nossa casa...
Eu amo quando dizes que vamos ser felizes… Eu amo quando dizes que vamos ser felizes… Amo a tua maneira de ser, e quando ficas "amuado" ou com ciúmes, amo as tuas carinhas, Eu amo a amizade que temos, para além de namorado és o meu melhor amigo. Eu amo que apesar da distância, dares-me cada dia mais certezas que te amo cada vez mais.  Amo-te. E acredita que é tão bom amar-te.